brevíssimas considerações sobre sofrimento e teatro negro

Autori

  • Gustavo Melo Cerqueira

DOI:

https://doi.org/10.59418/olhares.v9i1.188

Abstract

Este texto tece considerações sobre a relação entre sofrimento e teatro negro. Partindo da ideia de despertar proposta por Christina Sharpe (2016) enquanto conscientização de que vivemos em um mundo regido pela antinegritude, e trazendo uma breve análise bibliográfica, o autor argumenta que o sofrimento é o lamaçal de onde podem surgir interessantes proposições artísticas. Longe de defender a estetização, representação ou reprodução do sofrimento negro em cena, o autor propõe, na esteira de diversos outros autores que, sendo a antinegritude um elemento estrutural da modernidade, a ponto de a humanidade ganhar seus contornos modernos a partir de um conjunto de artifícios que vão inventar ou re-inventar corpos racializados, estabelecer hierarquia entre esses corpos e monumentalizar um dado corpo como o “paradigma do humano” (MARTINS, 1995, p. 144), é também verdade que esse mesmo corpo racializado possa confrontar, tensionar e desnaturalizar dimensões caras à modernidade, tais como as noções de tempo e espaço, linguagem, lógica, realidade e conhecimento, por exemplo, sem com isso querer disputar sua inclusão nos confins do humano.

Pubblicato

2023-08-14

Come citare

Cerqueira, G. M. (2023). brevíssimas considerações sobre sofrimento e teatro negro. Olhares, 9(1), 67–71. https://doi.org/10.59418/olhares.v9i1.188